quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Tem poesia no Diário! TOADA DE PILAR

Poeta Evanio Teixeira

TOADA DE PILAR 


Meu coração de pateta
deixa a porta entreaberta
Pra poesia adentrar,
ligeiro feito preá, 
um poeta altaneiro
Tenta fugir do vespeiro,
escapando como pode,
Veja essa rima pobre, 
parece está na espreita
Nem esquerda nem direita 
chafurdada nesta lama
És o poder que emana, 
nesse Estado de Direito
O povo pede respeito, 
é sincero o seu clamar.

Dê licença vou falar; 
sou sobrenome sem berço,
Do roçado o esterco, 
que aduba a lavoura
O elástico da ceroula, 
sustentando os possuídos...
Choro de corno traído, 
em plena mesa do bar
Na bodega de preá, 
o sangue corre nos zói!
Sou Poeta ruim que dói, 
Conto de tostão furado
Sou matuto requintado, 
na boca da mulherada
Rimando nessa toada, 
Paz amor com alegria.

O poeta rodopia, 
fazendo rima na feira,
Contudo desta maneira, 
quero aqui me apresentar:
Eu sou Evanio Teixeira 
da cidade de Pilar,
Criado lá nas Figueiras d
e povo humilde e lutador
Quem falou foi meu avô!
Terra de Antônio Silvino.
Cangaço lá pediu vista,
O meu pai inda menino,
Orgulho de nordestino,
Não se compra se conquista.

Mais deixemos para trás, 
Vamos ao que interessa
Pois o poeta tem pressa, 
e não pode vacilar,
Sou forró de gafieira 
numa sala de reboco,
Passo a bola de primeira 
para Odete do coco.
Sua voz firme e terreira, 
Trá a marca da ciranda
Toda essa gente bamba, 
saudosa dona Nair,
Del Pilar pintou, sem, 
Lamento nem frescura,
Xorró fazendo firula! 
Em tudo bota defeito,
São de fato e de direito, 
Expoentes da cultura.

Voltemos aos castiçais, 
desse matuto acabrunhado,
De verso malacabado, 
que de maluco se faz,
Que vive correndo atrás, 
sonhando em ganhar em dólar
Jogador ruim de bola, 
que vive na pindaíba,
Hora embaixo, hora em riba, 
tentando se equilibrar...
Nessa crise que não passa
Com o sorriso sem graça, 
de um poeta senil,
Que sofre com o Brasil, 
e que ama a Paraíba.

Mas pra não perder a rima, 
na batida do pandeiro
Aos amigos primeiro, 
vou deixando o meu abraço,
Eu me perco me embaraço 
com duas taças de vinho,
Ninguém consegue sozinho, 
assoviar e chupar cana
Brindamos aos sacanas,
o cálice da hipocrisia,
Cantemos com alegria 
sem perder o rebolado:
É rima ruim que dá cria, 
num desmantelo amuado,
È folião na folia 
o poeta rodopia 
no martelo agalopado.

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