FEL EM COMPOTAS
Hoje eu só quero sonhar,
Acordar do pesadelo
Respirar suavemente
Num suspiro derradeiro.
Hoje eu só quero é cantar...
Um maracatu frustrado
Por entre as ruas sem cores
Eis-me aqui o velho bardo.
Hoje nem quero lembrar,
Que atinei meus desatinos
Lembrei da velha infância
Na cabeça de um menino.
Hoje, hoje eu só quero tentar
Vou apostar nesse jogo
Que se dane a compostura!
E o subjugo do povo.
Se me permites chorar
Lágrimas de crocodilo
Poupar-lhes-ei deste insulto
Contrariando o que eu digo.
Hoje eu só quero um afago.
Fingirei que desistir
Entregar-me-ei ao marasmo
Carregarei comigo o fardo
Da dor que eu nunca sentir
Acho que mereço um drink
Com pouco gelo e pura vodka
Brindaremos o desamor
O desencanto a dor
E o meu Fel em compotas.
Lá no alto a me olhar
Os abutres sobre a rua
Declaro o fim da partida
O lobo pede guarida
É carne fraca e falcatrua.
Autor: Poeta Evanio Teixeira da Academia de Cordel do Vale do Paraíba
Nenhum comentário:
Postar um comentário