quarta-feira, 3 de junho de 2015

Seção poesia. Pilar terra de José Lins do Rego

JOSÉ LINS DO REGO


Neste 03 de junho de 2015 há exatamente 114 anos nascia José Lins do Rego. Em 03 de junho de 1901, nascia no engenho Tapuá, em São Miguel de Taipu, nas proximidades do município de Pilar, na Paraíba o escritor e romancista pilarense José Lins do Rego.

Reconhecido nacionalmente por suas obras Zé Lins tem inspirado novos poetas em torno de sua obra. Em terras zelinianas é até injusto citar nomes entre tantos talentos poéticos existentes aqui na terrinha.

Mesmo assim, vale destacar entre outros tantos talentos, quero aqui destacar a poesia de Rafael Vasconcelos. Rafael pertence a essa nova leva de poetas que vem surgindo no cenário literário da localidade. Tem poesia publicada em coletânea poética local e atualmente está se preparando para lançar seu primeiro livro, que deverá sair ainda este ano de 2015.

Diante da relevância da data e tendo em vista o grau de sensibilidade em retratar o cenário local, a poesia de Vasconcelos consegue captar bem o sentimento do povo pilarense. Falo daquele que se preocupa verdadeiramente com a produção cultural local, se é que existe! Em uma terra onde a vontade de produzir cultura é suprimida pela sede de poder, continuar navegando nessa nave desgovernada é para os fortes.

Nestas breves e mal traçadas linhas com falou Renato Russo em uma de suas canções, fica um pensamento zeliniano: “Se chove, tenho saudades do sol, se faz calor, tenho saudades da chuva“ e por falar em saudade: sentimento causado pela distância ou ausência de algo ou alguém, não obstante a isso, deixo” Meu Lugar” poema de Rafael Vasconcelos retratando de forma peculiar as nuances de sua terra natal.


MEU LUGAR



A alma do meu lugar possui um longo voo,
Séculos de uma profunda espera,
Carregada de sonhos, inseparável de suas dores
E do tempo presente que entrega um amanhã em testamento.
É o lugar de recomeçar e partir de toda a gente,
Da revoada da vida que surge
Inapelavelmente, entre desertos e ventos,
Como uma flor incontida e um amor incansável
Que alcança a beleza e afugenta a morte
Com instantes de poesia.


Rafael Vasconcelos

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